Aprovação do PL 576 renovará contrato de Candiota 3, prevê ABCS
Com a data do término do contrato que garante a monetização da geração da energia da termelétrica Candiota 3 se aproximando (31 de dezembro), ainda está incerto se haverá ou não a renovação do acordo que confirmará a continuidade da operação da usina gaúcha a carvão. No entanto, o presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável (ABCS), Fernando Zancan, está confiante que a votação do Projeto de Lei (PL) 576/2021 irá assegurar o seguimento da atividade do complexo de energia. Apesar do foco da matéria que se encontra atualmente no Senado ser a geração de energia a partir de fontes de instalação offshore (no mar), como a eólica, o artigo 23 do texto prevê a prorrogação até 2050 dos contratos de usinas a carvão que findam até 2028.
O representante da ABCS (antiga Associação Brasileira de Carvão Mineral – ABCM) considera que o desfecho da questão de Candiota 3 será um ponto-chave e simbólico do que será o futuro do setor do carvão no País. A térmica tem uma capacidade instalada de 350 MW (o que corresponde a cerca de 9% da demanda de energia do Rio Grande do Sul). Ele reitera que espera essa aprovação no Senado e, posteriormente, a sanção por parte do governo Lula. “Ainda mais um governo que tem uma visão social, com o foco nas pessoas, esse governo não vai deixar destruir uma economia, muito menos no Rio Grande do Sul que está precisando de toda e qualquer economia girando”, assinala o dirigente.
Zancan recorda que durante a catástrofe climática que atingiu recentemente o Rio Grande do Sul uma ação que conseguiu garantir que não houvesse cortes no fornecimento de energia no Estado foi o funcionamento pleno da termelétrica Pampa Sul, também situada no município de Candiota. “Pedir para acabar com as usinas a carvão é um tiro no pé”, diz o presidente da ABCS. Conforme Zancan, a região de Candiota tem um potencial enorme para a industrialização. “Nada contra plantar oliveiras, fazer vinícolas, mas o que realmente dá pujança para alavancar uma região é a indústria”, argumenta o dirigente. Ele recorda que cada manutenção de uma termelétrica significa centenas de empregos gerados.
O dirigente afirma que, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o setor do carvão no Brasil representa uma massa salarial de R$ 1,1 bilhão por ano, gera R$ 1,6 bilhão em impostos e movimenta uma economia de cerca de R$ 5 bilhões. Para o integrante da ABCS, a transição energética justa não Jefferson Klein jefferson.klein@jornaldocomercio.com.br Acordo sobre comercialização de energia da usina expira neste ano CGT ELETROSUL/ DIVULGAÇÃO /JC significa acabar com uma atividade industrial, mas sim reduzir as emissões de CO2 da operação. Neste mês de agosto, Zancan estará nos Estados Unidos acompanhando evento do National Energy Technology Laboratory que abordará projetos de pesquisa e desenvolvimento ligados ao manejo de carbono (que buscam reduzir as emissões de empreendimentos ou aproveitar o CO2 gerado por esses complexos em alguma atividade econômica).
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